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| Robson Caetano - Atletismo |
O Campeonato Ibero-Americano de Atletismo teve sua primeira edição realizada em 1983, na cidade olímpica de Barcelona, na Espanha. No entanto, a intenção de realizar um evento atlético internacional, com os países de fala espanhola e portuguesa, acalentava os sonhos de muitos esportistas desde os anos 1960. Em 1960 e 1962, foram disputados os Jogos Ibero-Americanos, que tiveram o torneio de Atletismo no programa e contou com a presença de brasileiros.
Finalmente, em 1983, já com a organização da Associação Ibero-Americana de Atletismo (AIA), criada um ano antes, o sonho pôde ser concretizado. Uma das decisões é que a disputa aconteceria a cada dois anos. A segunda edição seria em Santiago, no Chile, em 1985. Como a capital chilena desistiu a responsabilidade, o Campeonato seguinte foi realizado em Havana, Cuba. Desde então, a periodicidade foi respeitada, e até 2012, quando o evento foi organizado pela Venezuela, em Barquisimeto, foram disputadas 15 edições.
O Brasil foi duas vezes sede do Campeonato: em 1990, em Manaus, e em 2000, no Rio de Janeiro. A 16ª edição, em 2014, está prevista novamente para o Brasil, e Belém, que desde 2002 realiza anualmente um Meeting internacional, é uma das candidatas. Aliás, o Estádio Olímpico do Pará, no Mangueirão, registra os maiores públicos já reunidos em eventos de Atletismo na América do Sul. Em três oportunidades, mais de 40 mil pessoas foram ao Mangueirão ver a competição.
Na história do Ibero-Americano, três países se destacam: Cuba, Brasil e Espanha. Com o total de 444 pódios, o Brasil é líder da classificação geral do Campeonato. A Espanha vem em segundo lugar, com 339 pódios, e Cuba em terceiro, com 300. No número de títulos, Cuba tem a liderança, com 161 medalhas de ouro. O Brasil ocupa a segunda posição, com 153, e a Espanha é a terceira, com 108.
A Seleção Brasileira é a que tem mais títulos por equipe. Foi sete vezes campeã: em Manaus (AM) – 1990; Mar del Plata (Argentina) – 1994; Rio de Janeiro (RJ) 2000; Cidade da Guatemala (Guatemala) – 2002; Ponce (Porto Rico) – 2006; Iquique (Chile) – 2008; Barquisimeto (Venezuela) – 2012.
Vinte e nove nações são filiadas à AIA e os Campeonatos reúnem, em média, perto de 400 atletas. Nomes de primeira grandeza do Atletismo mundial têm defendido seus países no Campeonato. Entre os recordistas do torneio, por exemplo, estão brasileiros como Robson Caetano da Silva, que marcou 10.00 nos 100 m, no México-1988; Eronilde Araújo, com 48.96 nos 400 m com barreiras em Lisboa-1998; e Fabiana Murer, com 4,85 m no salto com vara, em San Fernando-2010.
Outros atletas históricos têm seus nomes no quadro de recordes do torneio. Caso do cubano Javier Sotomayor, campeão olímpico do salto em altura, que marcou 2,35 m no México-1988. Ou o tetracampeão mundial Iván Pedroso, que tem 8,53 m, desde Sevilha-1992; a antiga campeã mundial dos 800 m Ana Quirot que fez 2:00.23, em Havana-1986; a bicampeã mundial do lançamento do martelo, Ypsi Moreno, que marcou 71,06 m, em Huelva-2004.
Há também a espanhola Nuria Fernández, que marcou 4:05.71, nos 1.500 m, em San Fernando-2010; a campeã olímpica dos 10.000 m, Fernanda Ribeiro, de Portugal, que tem o recorde dos 5.000 m, com 15:27.53, feito igualmente em 2004; o argentino Germán Chiaraviglio, com 5,70 m no salto com vara, em Ponde-2006.
Participam do Campeonato Ibero-Americano, atletas de Espanha e Portugal, além dos países de fala espanhola e portuguesa dos continentes americano e africano. Guiné Equatorial, onde o espanhol é a língua oficial, na África, e Andorra, com fala catalã, na Europa, também integram a AIA, entidade reconhecida pela Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF), e que tem o brasileiro Roberto Gesta de Melo é como presidente.
Países Ibero-Americanos
Andorra, Angola, Argentina, Bolívia, Brasil, Cabo Verde, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Chile, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Honduras, México, Moçambique, Nicarágua, República Dominicana, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, Porto Rico, Santo Tomé e Príncipe, Uruguai e Venezuela.
Benê Turco - Assessor de Imprensa da CBAt.
